Rede tradutora de contrainformação

Santiago: Ataque incendiário a empresa de exploração animal

Projecto Fénix 2015: Ataque a empresa de exploração animal. Pela libertação humana, animal e da terra (Chile)

O poder é mantido e reproduzido dia a dia, minuto a minuto, tanto nas relações sociais de todos aqueles que aceitam esta ordem – baseada no exercício da autoridade, dominação e exploração – como em cada uma das instituições, empresas e maquinarias que permitem o seu normal desenvolvimento, sem nunca esquecer a ação voluntária dos dignitários do poder e dos seus cúmplices: empresários, políticos, polícias e os cidadãos defensores do poder e submissão que se esforçam para que se mantenha e funcione a ordem estabelecida.

A luta pela libertação total adquire todo o sentido quando se decide enfrentar a autoridade em todas as suas formas e expressões, pois engloba os diversos cenários ao abrigo dos quais o poder executa o seu domínio. A nossa luta não divide, integra, de forma que lutar pela liberdade total implica também lutar contra o Estado, o capital, o especismo, as hierarquias, a especialização e as múltiplas expressões do autoritarismo.

E, apesar dos esforços do Estado chileno, de modo a eliminar as ideias e práticas de revolta, o ataque direto dos grupos de ação anarquista continua.

Na madrugada de 7 de Abril atacámos os escritórios administrativos da empresa de produção animal Rio Bueno SA, dedicada ao confinamento e matança de animais, nas suas prisões de abate, para posterior comercialização como mercadoria para o consumo humano massivo. O ataque foi realizado com um dispositivo incendiário, munido de um mecanismo retardador que funcionou sem problemas, danificando parte da fachada do edifício.

Os motivos são claros e não faltam. Ao decidirmos lutar pela libertação assumimos a luta de forma plena e completa, sem hierarquizar espécies. Assim, não podemos permanecer passivxs perante a maquinaria especista e assassina que a empresa representa, não podemos permanecer passivxs perante o confinamento, isolamento e morte de centenas de animais.

A nossa luta é anti-especista porque é essencialmente anti-autoritária, é para a nossa libertação, a da terra e a dos animais.

Os símbolos e estruturas de poder estão em toda a parte, é uma questão de audácia e de saltar para a ofensiva, colocando em prática as nossas ideias e valores de libertação, os nossos conhecimentos e o nosso engenho na guerra.

E se bem entendemos a luta como acto multiforme, não hierarquizando os meios e ferramentas que usamos, apelamos para a multiplicação das ações de ataque direto. Fazemos-lo com humildade, mas também com a certeza de que o ataque anarquista autónomo, através de grupos de indivíduos afins, organizadxs de maneira horizontal, é real, possível, e sempre vigente e necessário.

Reivindicamos também esta ação, como parte da proposta organizativa da Federação Anarquista Informal – Frente Revolucionária Internacional (FAI-FRI), visto compartilharmos os objectivo que esta apresenta: ATAQUE ANÁRQUICO AUTÓNOMO, sempre na ofensiva e livre de hierarquias e especializações; INTERNACIONALISMO, pois a praxis anti-autoritária não reconhece barreiras,
Estados nem nações, conectando-se com outras vontades insurretas de todo o mundo; e SOLIDARIEDADE, porque não esquecemos xs nossxs compas encerradxs nas prisões do poder.

Também enquadramos esta ação no Projeto Phoenix, para dar um novo impulso à ação violenta anti-autoritária neste território controlado pelo Estado do Chile, como forma de enfrentar a repressão e demonstrar que o ataque anarquista ainda está vivo e não se renderá.

Hoje em dia, o poder global tenta assegurar o seu domínio, evoluindo no seu modo de operar repressivo para formas cada vez mais totalitárias. Através das suas operações repressivas o poder visa companheirxs anárquicos e revolucionárixs, para colocar tudo sob a difusa e ampla ideia de “terrorismo”.

Do mesmo modo, os solidárixs mais próximos são atacadxs, para castigar o seu apoio axs/ás prisioneirxs e isolar ainda mais a quem se encontre atrás das grades. As últimas operações repressivas em Espanha e a detenção de familiares de companheirxs da Conspiração de Células de Fogo, na Grécia, são exemplo disto, assim como o é a mais recente detenção de Enrique Guzmán – amigo solidário do companheiro Juan Flores – a quem o poder tenta implicar no atentado contra um quartel policial. A crueldade mediática também é outro modo de expressão da repressão do Estado, tal como se viu no caso de Javier Pino e Natalia Collado, acusadxs de incendiar um autocarro de transporte público, os quais precisam agora da nossa solidariedade.

Força e solidariedade com xs companheirxs da Conspiração das Células de Fogo na Grécia e com todxs xs presxs em luta nesse território.

Abraços para Nicola Gai, Alfredo Cospito e todxs xs anarquistas presxs em Itália.

Saudações cúmplices para Mario e Carlos López, companheirxs do México, hoje na clandestinidade.

Solidariedade com Mónica Caballero, Francisco Solar e xs anarquistas detidxs em Espanha.

Saúde para sempre ao prisioneiro Mumia Abu-Jamal, que resiste em luta nos EUA.

Amor e solidariedade em guerra com Nataly Casanova, Juan Flores, Guillermo Durán, Juan Aliste, Freddy Fuentevilla, Marcelo Villarroel, Carlos Gutierrez, Hans Niemeyer e Sol Vergara. Que a convocatória de agitação entre 10 e 20 de Abril, seja frutífera em ação multiforme!

HOJE É O DIA DE PASSAR À OFENSIVA
RUPTURA COM O MEDO E A COMODIDADE
A MULTIPLICAR OS ATAQUES CONTRA O PODER

Célula Anarquista de Ataque Incendiário “Fogo e Consciência”.
Federação Anarquista Informal-Frente Revolucionária Internacional – Chile.